quarta-feira, 20 de março de 2013

Espírito criança?

Hoje, os fenômenos da mediunidade têm sido explorados não somente dentro dos centros espíritas. Há manifestações em todos os campos da vida como, aliás, sempre houve, a diferença é que, na atualidade, esta faculdade começa a ser reconhecida e, assim, ela tem assumido seu devido lugar.

Entretanto, as manifestações mediúnicas, por mais comuns que sejam, ainda não são compreendidas, e nisso os espíritas de nossos dias têm grande culpa, sobretudo, por não terem dado o devido valor aos estudos kardecianos. Um dos eventos que denuncia nossa ignorância doutrinária é o fato de que admitimos como válidas, alguns até como sublimes, as manifestações de espíritos que ainda permanecem fortemente ligados às impressões materiais. Falaremos aqui, especialmente, dos chamados eres, "espíritos" comuns nas manifestações presentes nas religiões afro-brasileiras.

A questão capital, que os espíritas verdadeiramente atentos devem fazer, é se essas comunicações são possíveis e, se sim, em que circunstâncias elas se dão e qual o seu objetivo, pois, tomando como princípio as leis divinas que regem igualmente todo o universo, devemos entender que toda afirmação verdadeira deve obedecer ao princípio básico da verdade, que é a lógica.

Sendo assim, façamos a seguinte reflexão:

- Se um espírito tão apegado à matéria, ao ponto de manter-se prisioneiro na forma de uma criança, pode tomar posse, por assim dizer, do corpo de um adulto, submetendo-o a posturas ridículas como chupar chupeta, brincar de bonecas, chorar como se fora um bebê etc., devemos também aceitar que uma criança encarnada poderia fazer o mesmo com uma pessoa adulta.

Sabendo que isso é algo impossível, colocamos em xeque a possibilidade da manifestação - pelo menos nos moldes em que ela comumente se apresenta. Afinal, a infância é uma faze restrita somente à condição humana e, nesse caso, como bem sabemos, são as crianças que estão sujeitas aos conselhos e direcionamentos educacionais dos adultos, e não o contrário.

Entretanto, por mais ilógicas que pareçam tais manifestações, temos evidências de sua ocorrência – considerando, evidentemente, somente aquelas que são verídicas, excluindo de nossa abordagem todo e qualquer indício de fraude.

Pois bem, é um fato que elas ocorrem, e, como falamos anteriormente, precisamos verificar a utilidade prática disso, bem como analisar suas circunstâncias.

Devemos excluir a possibilidade de que um espírito-criança possa nos dar algum conselho de ordem moral - pois se tal espírito não consegue sequer transpor essa barreira material, que se dirá em relação a alcançar alguma verdade divina. Assim sendo, vamos nos ater às questões relativas ao auxílio. Nesse campo, sim, as manifestações de espíritos-crianças parecem ganhar não somente lógica, mas justifica-se pela utilidade e o objetivo caridoso que tal ato encerra. Já que, depois de recobrada a consciência de sua verdadeira personalidade e seu real estado - ou seja, nem o de criança nem o de defunto, mas simplesmente a de um Espírito livre - espera-se que a entidade retome sua caminhada evolutiva desfazendo-se das amarras que lhe prendiam às impressões da vida física.

Em relação a essa questão, alertamos que aqueles que atuam nestas áreas da mediunidade - que não são, necessariamente espíritas - devem entender que, fazer com que um espírito permaneça nesta condição tão pequena, somente para satisfazer os seus ritos é, antes de tudo, uma atitude anticaridosa. Obviamente, esse assunto nos conduz a outros como os que remetem aos caboclos, pretos velhos, exus e tantos outros. Mas pensamos que nos estenderíamos muito e, além disso, julgamos que a mesma máxima, com a qual avaliamos o perfil dos eres (a saber: o trecho grifado no parágrafo anterior), sirva para essas outras denominações.

Lembramos que as manifestações de espíritos dessa ordem, acontecem mais comumente nos chamados terreiros de umbanda, aos quais nós dispensamos o devido respeito. Entretanto, não raro, vemos grupos espíritas adotando práticas sincretistas a título de não parecerem excludentes e separatistas. Quanto a isso, não posso deixar de dizer que atitudes desse nível revelam tão somente falta de personalidade religiosa-filosófica e uma grande e lastimável ausência de convicção na doutrina que o espírita diz professar.

Quando Kardec perguntou aos espíritos se o Espiritismo seria a religião do futuro, os Espíritos lhe responderam que não. Disseram que o Espiritismo seria o futuro das religiões. Isso implica compreender que adotarmos manifestações de caráter primitivo e nada esclarecedoras representa um retrocesso. Isso coloca os centros "espíritas", que adotam esses tipos de manifestações, em um grau maior de culpabilidade, e, por que não dizer?, em um grau de barbárie. Já que entregam àqueles necessitados a chave da ignorância negando-lhes a do conhecimento.

quinta-feira, 14 de março de 2013

O que todos nós podemos perceber nesta Transição Planetária


Participo de um grupo formado por trabalhadores de casas espíritas de nossa região, na Zona Leste de São Paulo, e que percorre várias casas para apresentar uma explanação acerca de um tema previamente escolhido.  Nesse primeiro trimestre do ano, o tema escolhido pelo grupo Fraternidade foi o da Transição Planetária.
Para que pudesse ser útil nessa empreitada,  procurei estudar, afinal, esse é um assunto bastante extenso, rico de pormenores e, comumente, temos apenas 30 minutos nos trabalhos das casas para expor nossa mensagem, portanto, sempre de uma maneira bastante condensada.
Um dos livros que li sobre esse importante e atualíssimo tema foi a obra psicografada por Divaldo Pereira Franco: Transição planetária (pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda). Salvador: Livraria Espírita Alvorada Editora, 2010, 248 p.
Há uma passagem, no capítulo XVI intitulado “Programações Reencarnacionistas”, que contempla um aspecto que eu acho tão necessário que seja mais divulgado, que vou reproduzir aqui, na esperança que os leitores desse nosso blog também despertem seu interesse pela leitura integral da obra:

Podíamos perceber os numerosos grupos de trabalhadores de nossa esfera e de outras sob o comando superior de Jesus desdobrando-se para criar no planeta a psicosfera compatível às exigências das transformações que se operavam mediante o sofrimento, assim como através do despertamento das consciências pela iluminação do conhecimento e as bênçãos da caridade.
Os Grupos Espíritas afeiçoados à verdade e os trabalhadores responsáveis pela realização do bem geral passavam a receber informações especializadas a respeito da conduta dos seus membros, como aliás sempre ocorreu, de forma que pudessem criar o clima mental e emocional para enfrentar os cataclismos que, por outro lado, aconteciam mais frequentemente, acelerando o processo de crescimento das vidas em amor e paz.
Simultaneamente, reconhecendo as operações transformadoras que ora se realizavam, Entidades perversas, vinculadas ao desvario ou dele vítimas, movimentavam-se com sofreguidão, desenvolvendo mecanismos de agressividade contra todos aqueles que se encontravam comprometidos com a responsabilidade das mudanças em andamento.
Ciladas habilmente organizadas, estereótipos do prazer e estímulos vulgares às sensações passaram a ser inspirados aos multiplicadores de opinião dos grandes veículos da mídia, de modo a perturbar a marcha do progresso, ampliando a área dos desmandos de toda ordem, especialmente a que diz respeito aos gozos servis e de fácil acesso.
Conclaves insidiosos organizados pelos inimigos do Bem, nas furnas em que se homiziavam, estabeleceram metas de vingança, utilizando-se da política sórdida a que se entregam muitos dos seus membros, ora reencarnados nessa área, como nas religiões, nas artes e noutros setores sociais, a fim de que chafurdem no lodaçal do caos moral, em estímulo negativo aos comportamentos saudáveis, fazendo campear o descrédito, o desrespeito às leis e aos deveres, na volúpia de acumular recursos que não são transferidos com a desencarnação, mas entorpecem os significados elevados da existência espiritual.
Fomentadores de guerras de extermínio, de terrorismo insano, de perseguições às minorias, de deboche e de preconceito, misturaram-se às multidões, inspirando governos e cidadãos às atitudes calamitosas, de modo que a esperança seja deixada à margem sem consideração, e os exemplos nobres se transformem em mensagens de aproveitadores e oportunistas desvairados...
Subitamente pôde-se observar o aumento surpreendente das aberrações, dos crimes hediondos, da violência inclemente e da falta de autoridade para impedi-los ou administrá-los, tornando-os banais e quase desconsiderados.
O vale-tudo que começou a ser estabelecido, tem o objetivo de criar o clima de desinteresse pela honorabilidade, pelos valores éticos, pelo respeito à criatura e à sociedade, demonstrando que todos esses significados haviam sido perdidos e uma nova e descontrolada ética passava a ser assinalada como regra de comportamento próprio para estes desditosos dias...
Por efeito, volumosa onda de pessimismo tornou-se dominadora no oceano das existências, e os jovens, principalmente, sem lideranças dignas nem diretrizes de equilíbrio, passaram a ser as vítimas selecionadas pela sua representação de herdeiros do futuro.
As festanças licenciosas, os programas televisivos chulos e vulgares, agressivos e mentirosos, ao lado do cinema e do teatro em lavagem cerebral  de que somente o prazer a qualquer preço é que vale a pena, começaram a tornar o proscênio terrestre local de hediondez, de selvageria e de permissividade, que levam à degradação, à exaustão...
Repentinamente, os pais e educadores passaram a ser assaltados pelas dúvidas em torno do significado da formação moral dos filhos e aprendizes, verificando os salários altíssimos com que são remunerados os comportamentos doentios e chocantes em detrimento das profissões dignas e desgastantes daqueles que se exaurem no exercício do dever.
Os dois mundos de vibrações - físico e espiritual - aumentaram o intercâmbio com maior facilidade e o conúbio espiritual inferior começou a fazer-se tão simples que qualquer comportamento mental logo encontra resposta em equivalente sintonia com os Espíritos que se movimentam nessa faixa vibratória. É claro que aquela que diz respeito aos sentidos mais agressivos e sensuais, predomina na conduta generalizada.
(...)

Tudo diz respeito à resposta das Trevas organizadas contra a programação do dúlcido Cordeiro, pacífico e pacificador, que não revida ao mal, prosseguindo com os métodos do amor, no afã de promover o progresso da Humanidade e do seu berço terrícola. 
Em nossas reflexões, nas noites seguintes, podíamos ver, sem qualquer  dúvida, as caravanas de luminares descendo na direção da Terra, com a missão sublime de facilitar a reencarnação dos novos condutores do futuro ao lado dos imigrados de Alcíone em verdadeira sinfonia de bênçãos. Foi numa dessas oportunidades, quando, em grande silêncio, nosso grupo encontrando-se ao ar livre, contemplava o zimbório de estrelas lucilantes e de prateado luar, que o nosso mentor nos convidou à oração, propondo-nos a entrega total ao Celeste Amigo que viera, há dois mil anos, clarear a grande noite com a luminescência do Seu inefável amor. 
Agora enviava, conforme o prometera, neste momento de tantas aflições,  o Consolador, que já se encontrava no mundo terrestre há mais de um século, como uma constelação de seres elevados, para que as sombras fossem definitivamente diluídas ante as divinas claridades siderais.